Archive for dezembro 2012

Poeta bom.


Poeta bom escreve contemplando o vento,
Sem pretensão alguma de agradar ou não o público alvo.
Poeta bom faz da morte um sinônimo de rima,
Do entardecer, um esplêndido canto aos ouvidos.
Não se contenta com um, dois, três poemas
Porque, o sentimento transbordante não cabe num livro,
Não se julga através de sílabas alvoraçadas.
Poeta bom sabe a hora de parar
Mas não para, até que de si mesmo sobre somente a carcaça 
E dos outros, o respeito à sua obra ainda escassa.
Ele crê no poder do silêncio e transforma o momento
Em registro.
Registra o som das maças maduras em decadência…
Faz do confuso sua própria existência.
Poeta bom não leva nada quando morre,
Mas tem sobre a cabeça, o próprio céu de estrelas que edificou…
Tainá Manzoli. 18/12/2012

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Mundo mudo.


Mundo mudo não recria,
Não diz mais que um silêncio absurdo.
Mundo mudo se afunda no obscuro,
Se contenta com o inadmissível.
Muda você.
Grita você.
O barulho de cada ser, faz o eco do futuro…
- Tainá Manzoli. 15/12/2012

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O mundo em nada mudou.


Como se fosse a primeira vez,
A primeira vida, o primeiro estrangeiro
O mundo, exatamente igual
Não se recria em meio aos mesmos tons.
Quem dirá que o céu a nos banhar
Não pode ser cor de acerola? 
E a terra, esfarelada, porque não
Cor de abóbora?
O giro orbital se transformou num 
Relógio parado, quebrado.
Sem noites estreladas à se admirar
E, dias calorosos à se derreter. 
Como se fosse a primeira palavra,
O primeiro sentimento, a nova teoria, 
O pioneiro em artes marciais, a flor desabrochando no jardim…
O mundo esquecido, regrediu. 
Para onde foram as juras de um amanhã diferente?
E a paz, que ainda não entrou pela porta?
Claro, aqui está, no mais profundo esquecimento
Do passado sem futuro.
O pior, é lembrar
“Só fechei os olhos por um segundo.”
Porque tanto sofrimento na palma da mão?
Onde? Cadê o nosso mundo?
… Mudo. Criado-mudo enguiçado…
Tainá Manzoli. 15/12/2012

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Tô pensando em você.


Tô pensando em você
Vê se acorda pra ver,
Olhar a noite e perceber que cada estrela do céu
Têm um pouco do meu amor à ti. 
Espanta-me que tamanho sentimento
Caiba numa rima dum poema.
Mas, seria fácil, comparar teus lindos lábios
Ao brilho da lua que descansa em paz.
Tô pensando em você
Como a última flor do deserto,
À mais bela caravana de rosas num mar inefável de paixão.
Amor, sublime amor que chega às alturas…
Que faz-me relar a ponta dos dedos nas nuvens.
Acaricio o desejo, mal podes saber que 
Dentre todas as melodias, a sua é a mais doce. 
Um misto entre abismo e salvação.
Que mal há em ter a pessoa mais bonita
Na ponta do coração?
Tô pensando em você,
Vê se não tarda pra crer.
Fecharam-se as portas das casas
Mas a minha, nunca pra você.
Vem, o amor não espera,
A saudade é que aperta…
Vem, antes que aqui, eu morra, na espera
Embrulhada de solidão… no frio da guerra.
Tô pensando em você,
Sabe porquê?
Para pra ver… 
  Tainá Manzoli. 14/12/2012

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O sonho se faz (nos faz) mais humano.


A cada passo, uma nova etapa
Um novo sentido, um invencível desejo.
A cada realização, um mar de alegrias e
Um céu de estrelas que ainda está por ser descoberto.
De sonhos são feitos os dias tristonhos,
Os dias ensolarados, as noites de inverno.
São feitos com afeto e um ego de elegância,
Um pingo de imaginação e poder.
Dias que vencem, tempos que passam,
O pensamento ao fim de tarde se faz previsível.
Com olhos de cobiça e humildade, a mente diz o que
A boca nunca teria coragem.
“Ser rico no futuro…
Ter um amor entre tudo…
Conquistar um espaço…
Crescer a cada passo.”
Sonhos que vão além
Da raça, do medo, do cabelo vermelho.
Sonhos que se fazem mais humanos a cada conquista…
Sonhos que nos fazem mais humanos.
Um mar perdido, onde talvez a única escolha seja:
Se atirar e sentir o mistério penetrando na alma.
Um misto entre esboçar a ambição hoje
E apresentar a obra prima amanhã.
Bons sonhos são aqueles que não morrem de manhã…
Aqueles que constroem seus próprios alicerces diante da realidade.
Estes sim brilham na escuridão…
Tainá Manzoli. 12/12/12 

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É povo!


Gravuras coladas na agenda,
Palavras que nunca sustentam,
Atos comparados a lendas,
Amantes sempre desprezados. 
Cabelos emaranhados, esvoaçantes,
Xícaras de marca espanhola.
Cores dum quadro qualquer,
Músicas extraordinárias.
Amanhecer, sol, dizer,
Enroscar-se num anzol.
Cair, desistir, anoitecer,
Morrer sem fazer valer a pena.
São histórias passadas,
Ventos frios e quentes,
Olhares valentes,
Ferro a brasa.
 
Terremotos no Japão,
Homem sem direção,
Peixe em extinção,
Casaco na promoção.
Verde, amarelo, azul,
Bandeira do Brasil,
Chapéu de bambu.
Tambor, sanfona,
Mês, dia das crianças.
São histórias inventadas,
Emoções que desgraçam a pátria.
É novembro, dezembro,
Preto no branco,
É povo num balaio de gato.
Grito, sangue, penico,
Ontem, cinema, amigo.
Guitarra, harmonia, folclore,
Paixão esnobe, saída de emergência.
É multidão, ego a ego,
Sorvete de morango, um milhão no banco.
Verdade, raça, moradia, paz,
Estrela-cadente, janela, cais.
É povo com povo,
Dente por dente,
É chorando, é contente.
É você, eu, Julieta e Romeu,
Pão, futuro e adeus.
Mundo na mão,
Leite com mamão,
Cotidiano, laço,
É muito abraço,
Muito celular de ultima geração.
São histórias vividas…
Um bilhão de despedidas…
Tapa com beijo,
Desejo.
É povo na televisão…
Na esquina, no momento errado.
É povo, pois povo move o morro,
A mente e o mundo! 
[povo bobo]
Tainá Manzoli. 07/12/2012

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Mas não tem problema, a gente aprende.


Em sigilo recicla as próprias ações,
Detêm passos desnecessários.
Para, procura, entende que, se agir com leveza
Propriamente será um pássaro.
Óh, moça dos olhos caídos,
Mal podes saber de todos os requisitos
Até o momento breve, entre abrir as assas
E alçar vôo.  
Mas, não tem problema.
Antes, banhada por aprendizado
Do que, vontade de ser quem nunca foi.
Plantando flores para receber o buquê no futuro.
Em sintonia com os movimentos das ondas,
Tudo cabe, diante da esperança viva.
São sorrisos inventados numa dor incontrolável,
Forças, sonhos que jamais apodrecerão.
Óh, moça perdida dentre frascos de perfumes,
Se possível, teu coração seria joia rara.
Porque, na escuridão de onde se ergues todos os dias
A alegria maior que pode ter é saber
Que pássaro teu “eu” sempre foi.
Mas, não tem problema.
Algum dia a gente aprende a olhar por si mesmo
E então perceber que tudo já nasce no sangue…
E o sangue pulsa…
Pulsa… 
Tainá Manzoli. 06/12/2012 


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Despedida.


Sendo frio como a noite que se erguia,
Talvez o olhar ainda estivesse ali
Parado, cativando os últimos segundos. 
Era tarde, nada haveria de mudar seu destino…
Nem frases de consolo ou pensamentos de um reencontro.
Dizíamos, com voz pouca, o quão foram bons 
As brigas de outrora.
Por vezes atingindo o ponto alto da raiva,
Mas, sem pretensão de mágoas.
Tudo o que entrava aos ouvidos
Saia como forma de carinho.
Triste, diríamos. 
E quanto as palavras que nunca saíram da boca?
Dos silêncios em frases ocultas?
Do obrigado jamais dito?
O mel, se derramando ao chão, hoje se faz amargo
Penetrado no coração.
Sobre nós, nada além do céu
E, a imensidão, profunda como saudade. 
Sobre tudo, somente a dor de perder um pedaço de algo essencial
Como a arte da vida que se manifesta ao longe.
Ainda que sendo em vão, um dia saberemos a verdade dos fatos.
Desta despedida consumada, deste abraço mal consolado,
Da lágrima caída, caro amigo constato:
Que eterno seja o tempo breve à um futuro próximo. 
Dentro de nós, o afeto
Concreto como dias e noites.
E entre tudo, o amanhã segue…
E segue, mesmo com partes estilhaçadas… 
Tainá Manzoli em homenagem a um grande amigo. 04/12/2012

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