Poeta bom escreve contemplando o vento,
Sem pretensão alguma de agradar ou não o público alvo.
Poeta bom faz da morte um sinônimo de rima,
Do entardecer, um esplêndido canto aos ouvidos.
Não se contenta com um, dois, três poemas
Porque, o sentimento transbordante não cabe num livro,
Não se julga através de sílabas alvoraçadas.
Poeta bom sabe a hora de parar
Mas não para, até que de si mesmo sobre somente a carcaça
E dos outros, o respeito à sua obra ainda escassa.
Ele crê no poder do silêncio e transforma o momento
Em registro.
Registra o som das maças maduras em decadência…
Faz do confuso sua própria existência.
Poeta bom não leva nada quando morre,
Mas tem sobre a cabeça, o próprio céu de estrelas que edificou…
Tainá Manzoli. 18/12/2012